sábado, 21 de maio de 2016

Eleições ou Campanha partidária fora de hora?

Por: Lidiane Lopes

O blog de Edenevaldo Alves publicou uma noticia sobre eleições 2016 na cidade de Dormentes - PE, o título quase releva o teor da matéria, que diz: "Eleições 2016-Dormentes: Nossa união é forte e duradoura, afirma Josimara Cavalcante", acho que o blogueiro antes de publicar qualquer coisa sobre eleição precisa entender mais sobre esse sistema democrático que decide o futuro de uma comunidade.

Quando falamos de eleições em qualquer época, e principalmente em ano de eleição, primeiro precisamos situar o leitor do que é esse processo democrático e essa responsabilidade de escolha do representante da sua comunidade. Segundo quando colocamos um título tão parcial assim não estamos tendo o cuidado e a delicadeza de passar informação sem assumir posição de influencia, causando assim uma posição partidária em uma empresa de comunicação, que não deve ter vínculos com políticos e implicitamente fazem campanhas partidárias fora de época.

Em seguida a noticia é construída só na fala de Josimara Cavalcante, que não é identificada, só que é de tal partido diz que " selou de vez a união política" dela com deputado e senador de tais partidos. Acho que nosso blogueiro ta tentando vender o "peixe" e não noticia. O blogueiro para atrair o leitor coloca no inicio da noticia "Descontração e muitos planos visando melhores dias para o município de Dormentes", fazendo seu blog assumir mais um papel de coluna social que está na editoria de política, do que blog de notícias com credibilidade segundo o seu slogan.
  
O texto é curto e parece mais uma nota de assessoria, termina com a fala da Josimara Cavalcante que revela a possível candidatura, e aproveita para "encher a bola" do seu companheiro de partido "... vamos definir quem ficará com a cabeça da chapa, ou seja, quem será o candidato a prefeito, se for Geomarco pode ter certeza que vou ocupar a vaga de vice, com muita honra" falou Josimara. O ponto é um blog que divulga noticias das regiões deveria ter ao no mínimo um senso crítico ou um cuidado com certas noticias que divulgam para seus leitores, as influencias que causam e como publico vai receber as informações.

O que de fato é importante observar nessas críticas, nessas reflexões as mídias de comunicação da região? Bom o fazer jornalístico vai para além de postagem com bobagens sociais, é um atendimento, uma assistência, um registro da sociedade. Divulgamos como a sociedade funciona, o que ocorre na rotina do povo, a crítica vem para construir e debater se essas mídias realmente estão correspondendo a essa papel social, um papel que influência opiniões, posições e estímulos de todo uma comunidade.

A disciplina de crítica da mídia, no curso de comunicação social, vem para abrir a mente de futuros jornalistas a observações e reflexões dos cuidados que devemos ter com as noticias, matérias e reportagem que escreveremos, o blog criado durante a disciplina é uma prática para os alunos colocarem todas essas observações e o evento Seminário de Crítica da Mídia aproxima a mídia desses alunos, buscando um debate esclarecedor dos profissionais da área sobre esse papel da mídia.


O Temer pela visão do G1

Caio Alves

O Brasil passou de um país a beira do colapso para o país em reforma, nas páginas da Veja, nas palavras de William Bonner e nas notícias do G1. Enquanto a presidenta Dilma Rousseff estava governando o país, os meios de comunicação golpistas não deram sossego. Éramos bombardeados toda hora com vazamentos, prisões, charges difamando o governo e até a presidenta e muita propaganda anti o governo. Mas agora, tudo mudou. Voltamos a ser o país que não é permitido pensar em crise e não ter cultura.

No dia 12 de maio, o G1 fez uma matéria com o propósito de desenhar o perfil do Presidente Interino, Michel Temer, ou Michel de Temer (como a assessoria de imprensa dele gosta de postar no seu perfil no Twitter). Com o título Articulador discreto, Temer domina engrenagens do Congresso Nacional, a matéria escrita por Fabiano Costa traz a trajetória política do peemedebestaista desde os tempos que cursava Direito na Universidade de São Paulo (USP) e era o segundo-tesoureiro do centro acadêmico da faculdade. Mostra que não é de hoje que o seu lugar é para ser um mero vice-ilustrativo.

A matéria fala brevemente do envolvimento dele com o esquema de corrupção que atuava na Petrobras, mas é uma coisa tão breve que é abafada por uma nota que ele lançou para a imprensa quando foi citado na delação de Delcídio do Amaral. E depois falam que ele se tornou ficha suja e inelegível por oito anos, por ter doado dinheiro a campanhas acima do limite legal. Mas também é abafada por uma nota que a assessoria dele mandou para o G1: “houve um erro de cálculo na doação”.

Lembro das matérias longas com hiperlinks e até infográficos que o G1 fazia quando saía o nome de algum político da esquerda. Ficavam remoendo essa informação por semanas, mas como é a direita apadrinhada da Rede Globo, preferem esconder esses casos e falar da ‘vida pessoal discreta’da família Temer.

E da vida discreta dos Temers, ficamos sabendo que ele tem fama de pão-duro, que é um ‘gentleman’, detalhista, gosta de ler no avião e prefere ficar com a família nos fins de semana. Além de fazer caminhadas ‘para manter a saúde’. Esperando o próximo ‘Bem Estar’: Não perca hoje! Dicas de Michel Temer para manter a forma com 75 anos. Plim Plim.  

Acabou...

Calma, ainda temos que aturar mais um pouco de Temer, mas já já ele vai cair!


Hoje é o último dia de aula da disciplina ‘Crítica da Mídia’, aula empolgante aos sábados (sqn – é por causa do sábado). Foram aulas proveitosas e importantes para um futuro jornalista se colocar no outro lado balcão e saber o que passa na cabeça dos seus leitores (críticos). E assim tivemos a experiencia de praticas nossas escritas/criticas no blog do Observatório da Mídia do Vale do São Francisco e  do seminário de Crítica da Mídia. Espero que essa plataforma continue para os próximos períodos e quando eu tiver com a minha língua e dedos afiados volto a fazer uma visita por aqui. Abraço. 

As veiculações de cada dia e a falta de atrativo jornalístico


                                                                                                            Dida Maria

Empresas traçam diariamente estratégias para que a sua imagem seja de competência e ética apresentada ao seu público de interesse. Em se tratando de emissora de televisão o padrão Globo de Jornalismo é logo citado como limite a ser alcançado. Porém ainda lemos matéria veiculadas na nossa região com o mesmo jornalismo replicado, sem cuidado, jogado de qualquer jeito. E o copiou colou também faz parte do padrão estabelecido como ideal.

A  matéria publicada no G1 Petrolina no dia 21 de maio com o tema "Detento em condicional é preso com papelotes de maconha em Petrolina" (http://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2016/05/detento-em-condicional-e-preso-com-papelotes-de-maconha-em-petrolina.html), realizada de maneira a ficar evidente aos mais atentos a colagem do nosso já conhecido BO (Boletim de Ocorrência) do dia a dia , acompanhamos nas postagens nas páginas policiais dos demais blogs de notícias da região. Visto que as palavras utilizadas deixa transparente a escrita utilizada como "adentrou" ou "empreendeu", quem utiliza esses termos diariamente que levante a mão.

A inquietação nesse texto é que as notícias publicadas nos diversos blogs já tão conhecidos pelas práticas da colagem que tentamos encontrar algo diferenciado, mas nos deparamos com a mesma falta de criatividade de quem regularmente quer se apresentar "diferente". A matéria trás as informações da prisão, apreensão e que não esqueceu de acrescentar que a balança de precisão também foi autuada.

O panorama de notícias apresentadas pelas diversas plataformas utilizadas na nossa região já vem capengando a muitos anos, mesmo com uma faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) na cidade de Juazeiro (BA), os profissionais e também os não profissionais fazem ainda as mesmas matérias, as mesmas postagens, as mesmas veiculações. As novas tecnologias estão aí se oferecendo, porém o mercado regional continua oferecendo o feijão com arroz tão habitual. 

A disciplina de Crítica da Mídia, no projeto da criação do Observatório da Mídia do Vale do São Francisco, idealiza trazer a reflexão do que se escreve e como se escreve nos meios de comunicação local. A tentativa de refletir de como se faz o jornalismo diário nos diversas plataformas. O espaço virtual publica as críticas dos próprios alunos sobre as notícias que veiculam na sua maioria na mídia regional.

O objetivo desse projeto é desenvolver nos alunos o senso crítico na leitura das matérias em contraponto com os textos analisados e discutidos em sala de aula. São abordagens de um processo de não propagação do copiar e colar tão utilizado e considerado normal pelos jornalistas. 


 Com as discussões, criações e publicações desses textos realiza-se um papel importante a comunidade de análise das notícias apresentadas diariamente sem se importar com qualidade, com o valor notícia, porém na sua maioria em cobrir espaços e o leitor que se conforme com o prato sem graça, sem sabor e muito menos sem conteúdo de qualidade. 

Setor agrícola em alta na região e a imprensa repetindo os mesmo erros

Lucas Sobreira
A crise econômica está afetando a maioria dos trabalhadores brasileiros, aqui no Vale do São Francisco estamos na contramão dessa estatísticas, apesar de alguns setores estarem recuando na oferta de empregos, em outras áreas estão sendo gerados, como no setor de serviços. Prova disso é que Juazeiro está nas primeiras posições de geração de empregos no país, Petrolina não fica atrás. Mas o setor que mais têm se beneficiado da crise, e consequentemente da alta do dólar, é o de fruticultura irrigada que está vendo suas vendas para o exterior aumentarem em mais de 100%.

Em matéria publicada no G1 - Petrolina, no dia 18 de maio fala justamente disso: "Cresce em quase 121% a exportação de frutas do Vale do São Francisco". A reportagem fala com os produtores entusiasmados, que falam que apesar da diminuição das vendas no mercado interno, o externo supre a demanda. Há também na matéria a fala do vice-prefeito, deputado federal e agrônomo, Guilherme Coelho, sobre a sua nova jornada na Câmara Federal em defesa dos projetos irrigados da região.

Questionamos o por que de Guilherme Coelho ser um dos entrevistados, já que ele pertence a família dona do portal e a matéria está claramente direcionada para mostrar as benfeitorias que ele pretende realizar como na frase: "Ele diz que sua atuação será voltada para defender o setor produtivo agrícola e apoiar o incentivo à exportação das frutas do Vale do São Francisco". Foi muito estranho ver isso no G1 - Petrolina, altamente elogiado na região pela sua objetividade e imparcialidade.

Outro fato muito triste de toda a nossa mídia local é se vangloriar dos feitos no mercado de agricultura, sem olhar os problemas que isso causa, como a desigualdade social, pois a riqueza gerada por esse setor vão para as mãos de grandes latifundiários, a maioria forasteiros. O trabalho semi-escravo dos trabalhadores rurais, vítimas de uma jornada exaltante e de doenças causadas pelos agrotóxicos. E a degradação do rio São Francisco que essa agricultura extensiva causa, não são mostrados pela mídia.

Por que não se mostra esse outro lado? Queríamos que ficasse essa reflexão para os que trabalham com a comunicação fazerem algo diferente, pois o jornalismo é tudo menos estático, é um instrumento sujeito a mudanças, a novas abordagens.

A disciplina Crítica da Mídia é muito importante para a formação dos futuros comunicólogos, através de uma abordagem real e de observação da mídia, dos processos de construção das matérias, da história dos meios de comunicação localmente.

Por meio do blog "Observatório da Mídia do Vale do São Francisco" pudemos escrever sobre como são feitas as matérias, como elas são trabalhadas, qual o foco do autor, qual o viés político que está na sua construção. Claro que essa observação de início, após várias leituras e discussões em sala de aula, que nos deram embasamento para o trabalho. Como sempre é dito pela professora que ministra a disciplina, não devemos fazer a crítica pela crítica, mas sim nos cercar de fundamentos para fazer algo justo, verdadeiro e relevante.
         

            

Violência Jornalística

Por Cora Macedo

Dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e os profissionais do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) de Petrolina realizaram uma mobilização na Praça do Bambuzinho na referida data. O Blog Edenevaldo Alves publicou a iniciativa e, embora não tenha crédito, o texto claramente é de assessoria e isso pode se comprovar quando colocamos o título no Google e achamos em outro blog local exatamente as mesmas palavras, mas dessa vez com o crédito para a "Ascom".

O papel da assessoria foi feito informando a ação - mas sendo o assessor um jornalista cabe tomar para si a presente crítica. Será que um assunto tão importante não merecia ser mais problematizado pelos meios de comunicação? Foi o o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes! Não caberia dizer que esse dia foi escolhido por conta do caso de Araceli, uma menina de 8 anos que foi sequestrada,  violentada e cruelmente assassinada em 1973 no Espírito Santo? O corpo dela foi achado carbonizado 6 dias depois de ter sumido e os responsáveis nunca foram punidos. Quantas Aracelis não estão por aqui hoje?

Será que numa matéria sobre o dia 18 de maio não caberia a um jornalista dar os números de quantas crianças sofrem com isso todos os dias? Crianças e adolescentes que são violadas psicológica e sexualmente inclusive em Petrolina? Números sempre são bem-vindos já que trazem uma noção quantitativa do que realmente acontece. E ao citá-los, é importante ressaltar que com certeza são maiores, posto que muitos casos não são registrados pelos mais diversos motivos, logo não podem ser quantificados.

Não caberia colocar o que é considerado abuso, exploração e violência sexual? Não caberia colocar como prevenir? Como perceber que a criança pode estar passando por esse tipo de situação? E como denunciar? Na matéria não diz.

Aproveito esse espaço para dizer que, por favor, caso perceba que alguma criança ou adolescente pode estar passando por uma situação de exploração, acione a delegacia do seu bairro ou sua cidade, entre em contato com o Conselho Tutelar, ligue para o Disque Denúncia Nacional, vinculado à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos - disque 100. Quem se cala também é agressor. Quem tem as informações e não informa para tentar ajudar de alguma forma também é agressor.

Participar da disciplina de Crítica da Mídia, publicar textos sobre a produção local num blog denominado "Observatório da Mídia do Vale do São Francisco" e mesmo desenvolver um evento com jornalistas da região gera uma responsabilidade grande, já que não poderemos dizer que não sabíamos como deveria ser.


O exercício de analisar a mídia local não é tão fácil quando se quer desenvolver uma crítica embasada e não só por outras questões, quaisquer que sejam. Enquanto futuros jornalistas, atividades como essa ou a discussão com produtores de notícia da região - como no caso do 2º Seminário de Crítica da Mídia - geram um ambiente de crescimento. A partir do momento que conseguimos ver o que pode ser melhor na produção jornalística, quando estivermos efetivamente no mercado de trabalho, precisamos tentar ao máximo colocar em prática aquela forma melhor que pensamos. Sem violentar, expor ou omitir.

Sensacionalismo e o direito de imagem

Angel Farias


O sensacionalismo é utilizado em matérias em que se exagera na tinta e na carga emocional, que se utiliza de texto apelativo ou imagens extravagantes.  Se o objetivo do “jornalismo” sensacionalista é atrair leitores, não consigo imaginar pessoas que tenham ''atração'' por imagens de cadáveres expostos no chão, enforcados, jorrando sangue ou vítimas de acidente automobilístico presos nas ferragens. Estamos numa sociedade em que a banalização da imagem está  sem controle, selfies, e fotos  do Whatsapp. Hoje todo cidadão ao se deparar com uma acidente, por exemplo, vira repórter na hora, munido de um celular. A cobertura está feita! E nós leitores, que não somos adeptos a ver a desgraça alheia, temos que receber tudo isso e, por vezes, ficamos inertes em filtrar. 

Nesta semana mais um crime chocou os moradores da cidade de Petrolina PE, mais uma vítima da violência armada e da violação dos direitos humanos. A matéria veiculada em diversos blogs, sites de notícias, e na TV no GRTV 2º edição. A matéria tem o seguinte título: ’'Carroceiro é morto a tiros no bairro Pedro Raimundo''. Mais uma vez a Constituição foi  ferida no seu artigo 5º, inciso X, no que diz respeito ao direito da imagem. Fotos e vídeos deste assassinato foram publicados no conhecido Blog do Carlos Britto.

O vídeo mostra o momento exato do crime, e o desespero da companheira da vítima. Já nas fotos, o corpo está exposto em cima da carroça com sangue por todo lado apenas com efeitos para borrar a foto. Além de serem imagens fortes que chocam, ainda expõem a vítima e a família. Não podemos permitir que notícias assim sejam veiculadas como se seguissem "padrões" de noticiablidade corretos e aceitar que isso seja normal. 

Está sendo um grande desafio para nós, estudantes de comunicação, realizar estas analises críticas nos veículos de comunicação da região. Grande parte das notícias que analisamos vemos o contraste com o que aprendemos na sala de aula e o que é feito fora dos muros da universidade. É um desafio porque daqui a pouco estaremos fora e como reagiremos? Vamos conseguir colocar em prática o que aprendemos? Conseguiremos ser críticos e ao mesmo tempo respeitar a linha editorial da empresa ao ponto de emplacar um texto, uma matéria?
Com a disciplina Crítica da Mídia pudemos apurar e afinar o nosso censo crítico com relação ao que lemos e na forma que escrevemos. Tivemos a oportunidade de discutir a comunicação com dois veículos da região, de TV e rádio e exercitar o que foi discorrido nas aulas e nesses eventos escrevendo no blog  "Observatório da Mídia do Vale do São Francisco".




A liberdade feminina: Além de um só lado da moeda


                                                                                                            Thamires Costa



A matéria Velho Chico e os Espaços de Empoderamento Feminino, do blog Ponto Crítico teve o objetivo de criticar alguns padrões femininos que ainda são impostos na sociedade , e foca especialmente na novela Velho Chico, que como ela mesma reforça, vem recebendo duras críticas pela forma como vem sendo construída numa mistura de presente e passado que confunde a cabeça das pessoas e não descreve nem de longe a realidade nordestina.

As afirmações são pertinentes em alguns momentos e em outros parecem querer quebrar um estereótipo criando outros, quando na verdade, deveria defender a liberdade feminina em todas as suas dimensões e aspectos. Ao afirmar que esperar o casamento é uma construção machista e que por isso deve ser combatida por todas as mulheres, ela esquece as outras tantas mulheres que querem isso para si, e repito, para si.

O texto tinha o claro objetivo de defender a força da mulher nordestina que não está tendo representatividade na exibição global e isso é válido, porém ela se perde na construção do seu texto deixando espaço para alguns tipos de preconceito e alguns posicionamentos que inclusive podem deixar outras mulheres se sentindo mal por não serem tão ousadas, tão independentes e tão fortes como deveriam ser em pleno século XXI, trabalhando, estudando e fazendo inúmeras outras atividades importantes e válidas.

Reforçar a luta feminina e o quanto já alcançamos e vencemos, combater preconceitos e conceitos machistas e dar a mulher entendimento da sua força e do seu valor são necessários diante da sociedade em que vivemos que ainda enxerga a mulher como incapaz reduzindo-a a pequenos espaços.

A questão é que isso deve ser feito valorizando e reforçando a diversidade feminina, mostrando para ela, que ela não é anormal se quiser ou não ter filhos, se quiser ou não casar; se quiser ou não, construir uma família; se quiser ou não ser virgem até o casamento. Esse é o ponto central da liberdade, quando ela é de fato liberdade. É importantes ter Beatrizes e Marias ganhando espaço, porém se existirem outras com características diferentes e por livre escolha, elas também são bem vindas e vão ser respeitadas e abraçadas enquanto mulheres, afinal, o lugar da mulher é onde ela quiser, desde o aconchego do seu lar até as grandes empresas e cargos.

A crítica não é contra a ideologia, mas sim contra a construção do texto que pode soar preconceituoso em outros aspectos e por outros olhares, quando não se deixa clara a importância da liberdade feminina em concordar e discordar, em aceitar e questionar. O texto poderia reforça sua crítica descrevendo a predominância de algumas características nas personagens femininas que reforçam preconceitos, mas reforçando que a mulher é plural e que essa pluralidade deveria ser mostrada, mas sem criticar as características de outras diferentes.

A disciplina é super importante e reforça o nosso senso crítico e a nossa busca por entender nas entrelinhas mensagens que são passadas nos meios de comunicação e que precisam sim ser discutidas em sala de aula por alunos de jornalismo. O treino no laboratório, através do Observatório da Mídia do Vale do São Francisco, onde tivemos a oportunidade de exercitar nossa crítica e a nossa escrita, enriqueceram ainda mais nossa visão do espaço que estamos inseridos e da nossa condição de futuros jornalistas, deixando inclusive o questionamento: "eu vou fazer diferente?".
E com esse questionamento eu concluo esse ciclo, de forma a tentar um dia responder de forma positiva. Sim, eu fiz e faço diferente.

Link da matéria:

http://pontocritico.org/20/05/2016/velho-chico-e-os-espacos-de-empoderamento-feminino/