sábado, 21 de maio de 2016

Sensacionalismo e o direito de imagem

Angel Farias


O sensacionalismo é utilizado em matérias em que se exagera na tinta e na carga emocional, que se utiliza de texto apelativo ou imagens extravagantes.  Se o objetivo do “jornalismo” sensacionalista é atrair leitores, não consigo imaginar pessoas que tenham ''atração'' por imagens de cadáveres expostos no chão, enforcados, jorrando sangue ou vítimas de acidente automobilístico presos nas ferragens. Estamos numa sociedade em que a banalização da imagem está  sem controle, selfies, e fotos  do Whatsapp. Hoje todo cidadão ao se deparar com uma acidente, por exemplo, vira repórter na hora, munido de um celular. A cobertura está feita! E nós leitores, que não somos adeptos a ver a desgraça alheia, temos que receber tudo isso e, por vezes, ficamos inertes em filtrar. 

Nesta semana mais um crime chocou os moradores da cidade de Petrolina PE, mais uma vítima da violência armada e da violação dos direitos humanos. A matéria veiculada em diversos blogs, sites de notícias, e na TV no GRTV 2º edição. A matéria tem o seguinte título: ’'Carroceiro é morto a tiros no bairro Pedro Raimundo''. Mais uma vez a Constituição foi  ferida no seu artigo 5º, inciso X, no que diz respeito ao direito da imagem. Fotos e vídeos deste assassinato foram publicados no conhecido Blog do Carlos Britto.

O vídeo mostra o momento exato do crime, e o desespero da companheira da vítima. Já nas fotos, o corpo está exposto em cima da carroça com sangue por todo lado apenas com efeitos para borrar a foto. Além de serem imagens fortes que chocam, ainda expõem a vítima e a família. Não podemos permitir que notícias assim sejam veiculadas como se seguissem "padrões" de noticiablidade corretos e aceitar que isso seja normal. 

Está sendo um grande desafio para nós, estudantes de comunicação, realizar estas analises críticas nos veículos de comunicação da região. Grande parte das notícias que analisamos vemos o contraste com o que aprendemos na sala de aula e o que é feito fora dos muros da universidade. É um desafio porque daqui a pouco estaremos fora e como reagiremos? Vamos conseguir colocar em prática o que aprendemos? Conseguiremos ser críticos e ao mesmo tempo respeitar a linha editorial da empresa ao ponto de emplacar um texto, uma matéria?
Com a disciplina Crítica da Mídia pudemos apurar e afinar o nosso censo crítico com relação ao que lemos e na forma que escrevemos. Tivemos a oportunidade de discutir a comunicação com dois veículos da região, de TV e rádio e exercitar o que foi discorrido nas aulas e nesses eventos escrevendo no blog  "Observatório da Mídia do Vale do São Francisco".




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