Angel
Farias
O sensacionalismo é utilizado em matérias em que se
exagera na tinta e na carga emocional, que se utiliza de texto apelativo ou
imagens extravagantes. Se o objetivo do
“jornalismo” sensacionalista é atrair leitores, não consigo imaginar pessoas
que tenham ''atração'' por imagens de cadáveres expostos no
chão, enforcados, jorrando sangue ou vítimas de acidente automobilístico
presos nas ferragens. Estamos numa sociedade em que a banalização da imagem está
sem controle, selfies, e fotos do Whatsapp. Hoje
todo cidadão ao se deparar com uma acidente, por exemplo, vira repórter na hora,
munido de um celular. A cobertura está feita! E nós leitores, que não somos
adeptos a ver a desgraça alheia, temos que receber tudo isso e, por vezes,
ficamos inertes em filtrar.
Nesta semana mais um crime chocou os moradores da
cidade de Petrolina PE, mais uma vítima da violência armada e da violação dos
direitos humanos. A matéria veiculada em diversos blogs, sites de notícias, e na
TV no GRTV 2º edição. A matéria tem o
seguinte título: ’'Carroceiro é morto a tiros no bairro Pedro Raimundo''. Mais
uma vez a Constituição foi ferida no seu
artigo 5º, inciso X, no que diz respeito ao direito da imagem. Fotos
e vídeos deste assassinato foram publicados no conhecido Blog do Carlos Britto.
O vídeo
mostra o momento exato do crime, e o desespero da companheira da vítima. Já nas
fotos, o corpo está exposto em cima da carroça com sangue por todo lado apenas
com efeitos para borrar a foto. Além de serem imagens fortes que
chocam, ainda expõem a vítima e a família. Não podemos permitir que notícias
assim sejam veiculadas como se seguissem "padrões" de noticiablidade
corretos e aceitar que isso seja normal.
Está sendo um grande desafio para
nós, estudantes de comunicação, realizar estas analises críticas nos veículos
de comunicação da região. Grande parte das notícias que analisamos vemos o
contraste com o que aprendemos na sala de aula e o que é feito fora dos muros
da universidade. É um desafio porque daqui a pouco estaremos fora e como
reagiremos? Vamos conseguir colocar em prática o que aprendemos? Conseguiremos
ser críticos e ao mesmo tempo respeitar a linha editorial da empresa ao ponto
de emplacar um texto, uma matéria?
Com a disciplina Crítica da Mídia
pudemos apurar e afinar o nosso censo crítico com relação ao que lemos e na
forma que escrevemos. Tivemos a oportunidade de discutir a comunicação com dois
veículos da região, de TV e rádio e exercitar o que foi discorrido nas aulas e
nesses eventos escrevendo no blog "Observatório
da Mídia do Vale do São Francisco".
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