Por Karen Lima
A
disputa por uma cadeira na Câmara de Vereadores de Petrolina, já rende matérias
de promoção de pré-candidatos. O exemplo disso é a matéria com o título "Aos
21 anos, estudante petrolinense vai tentar pela primeira vez uma vaga na Casa
Plínio Amorim: 'Renovação'", publicada no Blog do Carlos Britto, ontem
(20). A matéria do blog consegue desenhar um perfil para o pré-candidato,
Manoel Ferreira (PSDC), relacionando ele à ideia de uma pessoa contra a corrupção,
que é humanizada preocupada com o povo, e que é símbolo da juventude,
possibilitando uma renovação e esperança no atual cenário político.
Tudo
isso é feito através de falas selecionadas do próprio pré-candidato. Depois da
autopromoção, clara no texto, fica a sensação de que sua campanha política já
começou e esta matéria é um exemplo disso. Isto fica ainda mais claro ao se
ler, na matéria, comentários de leitores como: "gostei da ideia desse
candidato", "já tenho em quem votar", "comungo dos
pensamentos dele, pena que já tenho em quem votar", "vai com Deus
garoto e sempre com a verdade na frente…".
Mas
seria um Blog, que se vende como jornalístico, o espaço coerente para um texto que
enaltece um pré-candidato? Uma matéria em que informa a sua candidatura e usa o
próprio político como fonte? Que não se aprofunda em sua trajetória política,
que não traz dados, não busca outras fontes de conhecimento? São estas questões que nos chegam à mente ao
ler, criteriosamente, as produções jornalísticas que temos contato no dia-a-dia.
O
hábito de refletir, analisar e se embasar para, assim, poder criticar. Esta foi
a proposta da disciplina "Crítica da Mídia", que foi desenvolvida por
meio de leituras sobre o papel do jornalismo e o como ele vem sendo realizado,
tanto no âmbito local, como nacional. A experiência de um observatório da mídia,
traz um aprofundamento dessas análises realizadas em salas de aula, sendo um
espaço para aprendermos, como estudantes de jornalismo, que logo mais estarão
no mercado de trabalho atuando como profissionais, como para a população saber
o que se é discutido na universidade. Muito além disso, para que a população
tenha conhecimento de um outro olhar sobre
o que circula em suas redes sociais, nos portais de notícias e jornais que consomem.
Precisamos construir mais espaços de discussão para que todos os olhares, ainda
que olhares, vejam, mas também possam ser voz.
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